O ano de 1976 revolucionou a noite carioca. Quando a New York City Discotheque abriu as portas, em 20 de maio, em Ipanema, os moradores do Rio se depararam com uma realidade até então inimaginável. A disco music, com seu mundo transgressor, havia invadido o Brasil; estava inaugurada a primeira discoteca do país. A trajetória da New York está repleta de intriga, drama, humor, sexo e tragédia. Entre tantas histórias impressionantes protagonizadas por celebridades e frequentadores anônimos, o enredo poderia até soar falso, não fosse a verdade testemunhada ali a cada noite, na pista de dança e nos bastidores. Com seu ambiente festivo e democrático, a New York congregava tanto a mais alta classe social carioca quanto qualquer um que quisesse fazer parte daquele mundo, alheio à ditadura da exclusividade e das discriminações, fossem elas de qualquer tipo. À frente de todo aquele glamour, um menino pobre do interior do Rio Grande do Sul que se tornou um herói de guerra do exército dos EUA ao lutar no Vietnã. Ao lado dele, gente como o DJ que trouxe as técnicas de mixagem para o Brasil e também o que elevou essas técnicas a níveis de excelência nunca vistos antes; o grupo dos espanhóis que se tornaram os reis da noite carioca; e o bilheteiro que chegou a dono de 25% do negócio. Como anunciava a música-tema da casa, the best Disco in town foi, certamente, palco das melhores histórias também.