Trata-se de um trabalho arrojado e organizado em três partes. A primeira trilha a história da medicina para situar as origens do modelo biomédico; na segunda o autor mergulha na contracultura das décadas de 1960 e 1970 para compreender e explicar a chamada medicina alternativa, e, por fim, na terceira, o autor orienta-se pela "sociologia das ausências", para analisar o processo de construção da medicina complementar. Neste livro, o autor dá continuidade às suas investigações sobre as práticas alternativas e complementares no campo da saúde, verificando no empírico das narrativas médicas os processos de prática. Em especial, o modelo da medicina complementar, situado no campo da teoria da ciência, apontando a necessidade da construção de uma "ciência normal" da complementaridade. Falar deste trabalho de maneira tão racional é reduzi-lo exatamente ao oposto do que ele representa. A forma como foi elaborado, a partir da primeira pessoa, mostra como o autor fez mais que um simples trabalho acadêmico. É evidente o seu envolvimento com o tema e que se revela na trama de relações que estabelece ao longo da sua investigação.