\'Dialética do Esclarecimento\' discute o que foi tema constante da abordagem Frankfurtiana: a dominação. Discutindo-a em seus subsistemas, como a Indústria Cultural e o positivismo, destrincha o controle sobre a sociedade exercido pela burguesia. Ótimo exemplo da Teoria Crítica. Este livro, considerado a pedra angular das idéias que tiveram por berço a Escola de Frankfurt, é uma crítica filosófica e psicológica de amplo espectro das categorias ocidentais da razão e da natureza, de Homero a Nietzsche. Inicia o livro um estudo sobre o entrelaçamento da racionalidade e da realidade social, bem como o entrelaçamento da natureza e da dominação da natureza, preparando um conceito positivo do Esclarecimento, afirmando que o mito já é Esclarecimento e este acaba por reverter à mitologia. Nessa primeira parte, estuda-se a dialética do mito e do Esclarecimento na 'Odisséia' e, logo a seguir, ocupa-se dos 'implacáveis realizadores do Esclarecimento' - Kant, Sade e Nietzsche. A parte central do livro é um dos primeiros e mais radicais ataques à 'indústria cultural' do capitalismo cultural que, pelo domínio da mídia, confere a todas as manifestações culturais um ar de semelhança. A atrofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser reduzida a mecanismos psicológicos - os próprios produtos culturais paralisam essas capacidades, pois a indústria cultural não apenas adapta seus produtos ao consumo das massas como, de certo modo, determina o próprio consumo.