O paradigma da rede está em formação e, em seu bojo, surge uma nova cultura como suporte para ressignificação de padrões e modelos formais que prevaleciam no tempo histórico da modernidade e que ainda estão presentes nas práticas pedagógicas presenciais ou a distância. A Educação On-line se põe ao lado dessas práticas buscando novas trajetórias para professores, estudantes e instituições de ensino. A trajetória da rede é aberta, dinâmica e em constante mutação. Nela circulam saberes, sentidos, experiências, vivências, símbolos e linguagens que conduzem à construção de novas habilidades e novas competências para aprender, ensinar e relacionar-se. A rede tem base dialógica, construcionista e complexa. Requer, portanto, uma ressignificação na estrutura das relações sociais, tomadas nos mais diversos níveis. Uma das hipóteses principais deste trabalho é que o paradigma da rede permite dialogar com as marcas da modernidade, que ainda se impõem, e com a chamada "pós-modernidade", um tempo ainda indefinido, acusado de ater-se a argumentos inconsistentes. Em que tempo, então, o paradigma da rede se coloca? A presente obra contribui para responder a essa indagação por meio de uma abordagem qualitativa centrada nas contribuições da retórica, tomada como viés metodológico para a interpretação dos argumentos de professores de ensino superior, gerados nos espaços e interfaces culturais da educação on-line. A adesão ou não à tese de que a Internet é uma interface que viabiliza mudanças culturais que podem ressignificar práticas educativas permitiu identificar categorias para análise retórica e constatar que a qualidade dialógica está mais presente naqueles que, efetivamente, "tecem" a rede e realizam as transformações.