A relação entre forma e sentido demarca um dos pontos de tensão a que mais se reportam as discussões em torno da arte e da estética. O pressuposto conceitual que alimenta e justifica essa investigação parece presumir a vigência de um dualismo ou de um paralelismo, em cujo estreito domínio ocorre o fenômeno artístico e comunicacional. Anteriormente, considerava-se que a experiência estética, que em geral dizia respeito à fruição da obra de arte, realizava-se segundo dois aspectos: o sensível, concernente à forma, e o inteligível, relativo ao sentido. No entanto, essa redução da experiência proporcionada pelo fenômeno estético já não atende aos novos meios expressivos contemporâneos, pois está visto, nos tempos que correm, que tampouco parece coerente circunscrever o conceito de estética às categorias tradicionais e seculares com que outrora se acreditava ser possível inventariar as obras artísticas. Como campo de estudo, e não propriamente como disciplina, a estética da comunicação promove um novo empenho intelectual com intuito de abarcar e discernir as singularidades dos processos comunicacionais contemporâneos, sem contudo negligenciar a influência que neles ainda instila a concepção tradicional de arte e sem ignorar a repercussão que novos modos de se expressar manifestam na experiência prática cotidiana. Nos capítulos aqui reunidos, um objeto de estudo próprio é investigado à luz de uma estética da comunicação calcada nos mesmos objetivos: descrever e analisar os efeitos e as impressões suscitados pelos meios de comunicação característicos da cultura atual, repensando e estabelecendo sobre novas bases conceituais a relação entre forma e sentido.