Concebido a partir dos desenhos de Elvira Vigna, do casamento entre imagem e palavra nasce, em perfeita co-autoria, Aporias de Astérion, um livro luminoso dedicado à representação do homem e do nu masculino do ponto de vista da mulher. O que a prosa poética de Ruth revela em cada dobra, em cada retorno ao centro da concha textual, é que não há segurança no percurso entre essas paredes úmidas e estreitas, manchadas de sangue, sêmen e olores nem sempre perfumados. Fascínio e segurança raramente deitam-se na mesma cama. O maior perigo de Aporias de Astérion é o desvelamento de que o labirinto existe dentro de toda mulher e, dentro do labirinto, o desejo imensurável por este ser bestial, que pode despertar a qualquer momento e invadir seu coração, sua pele, seu corpo todo. E quando isso acontece, mesmo ciente de todos os perigos, qual mulher resiste à tentação?