Poucos de nós se aventuraria a tratar do espinhoso tema do sujeito na geografia, sabidamente um discurso com muitos objetos e sem sujeito...O fio condutor é o mapeamento da ideia do sujeito presente no plano geral do pensamento, do sujeito cognoscente de Descartes ao sujeito corporificado de Merleau-Ponty, passando pela consciência de Hegel, a intencionalidade de Husserl, o ser e o sentido do ser de Heidegger e o ser social de Lukács, vendo, na obra dos clássicos da geografia, as inscrições, claras ou vagas, desse ou daquele conceitos. Texto de um autor diligente em busca de um leitor, como ele, ávido pela abertura criteriosa de horizontes, o livro de Lima atesta o estado de maturidade a que chegou o pensamento geográfico brasileiro nas últimas décadas, mas também a verdade de afirmação da velha sabedoria popular que diz, a contrapelo da pressa com que tem andado a generalidade dos jovens geógrafos que formam a rica plêiade de pensadores da geração de Lima, que é devagar, medido passo a passo, porque num difícil e trabalhoso processo de acúmulos, que se pavimenta a estrada que nos leva ao longe. Um longe de que a mão de Lima nos mostra já o vislumbre, mas cheio ainda de quilômetros a rodar.Se é assim, então leitor amigo, bom caminho! Do Prefácio de Ruy Moreira.