O século XIX assistiu à consolidação e à crise do estado fiscal artefato que articula a obrigação de pagar impostos e o direito inalienável dos representantes do povo, de controlar seu montante e sua utilização o fundamento das democracias parlamentares contemporâneas. Seu estudo delimita um campo de fronteiras disciplinares onde transita a ordem jurídica e a normatividade, mas que é sempre também perpassado pelo conflito em todas as suas dimensões a transgressão, a resistência à tirania e a luta por democracia e equidade. Em tempos recentes os pesquisadores da história fiscal têm recebido também importantes contribuições da história dos conceitos, pois é notório que os vocabulários e as práticas referentes ao orçamento público são eloquentes exemplos da transformação dos modos de perceber e instituir o tempo, podendo ser pensadas como cristalizações do horizonte de expectativa, consciência histórica dirigida para o futuro, que é, por sua vez inseparável do diagnóstico [...]