Qual o lugar da antropologia no mundo contemporâneo? Para responder a essa pergunta, Michael Fischer refaz a trajetória da disciplina e apresenta os mais recentes desenvolvimentos da área. Em seis textos com temas interrelacionados, explora a ligação entre antropologia e filosofia e mostra como, atualmente, o objeto de estudo antropológico se expandiu para incluir a ciência, a tecnologia e novas formas de sociabilidade. Além de recorrer a autores essenciais para compreender a relação entre antropologia e filosofia - de Immanuel Kant a Hannah Arendt, passando por Marx, Geertz, Derrida e Bruno Latour -, Fischer traz para o debate uma série de pensadores de tradições não ocidentais, com o objetivo de assentar a disciplina em bases múltiplas. O autor mostra que, antes mesmo da cultura, está no homem (antropos) o principal objeto da antropologia. Afinal, desde o século XVIII, filosofia e antropologia compartilham o debate sobre o que é o homem. Recorrendo a pensadores contemporâneos, ressalta como a disciplina foi levando em conta outras questões, como o potencial do antropólogo de olhar para o outro não apenas como objeto de estudo, mas também como produtor de conhecimento com o qual é preciso dialogar. É a troca de mensagens com Bandung, Teerã ou Istambul que, nos diz Fischer, abre caminho para as antropologias vindouras e os "futuros antropológicos".FUTUROS ANTROPOLOGICOS