Excessos: eles fazem parte do espírito de nossa época. E é justamente de excessos de que tratam os autores deste livro. Eles discutem, em especial, os excessos no campo da saúde pública e no território acadêmico, chamando atenção para "a dimensão ideológica que parece rodear muitas abordagens catastrofistas ditas racionais". Em outras palavras: multiplicam-se estudos científicos que apontam para uma infinidade de riscos à saúde e à vida associados a comportamentos individuais - assim, a ciência respalda a ‘sociedade do risco’, onde as pessoas, de acordo com as mais recentes pesquisas, devem moldar suas condutas para afastar toda e qualquer ameaça. Porém, esta prevenção generalizada - ou hiperprevenção - é inatingível. "Algo que estimula altos teores de ansiedade que marcam a nossa época de modo inapelável", destacam.