Talvez por ser a maior economia do mundo, tudo o que diz respeito aos Estados Unidos da América ganha proporções gigantescas e desperta interesse global quase instantâneo, inclusive na seara do Direito. E uma das áreas mais fascinantes no universo jurídico estadunidense em face das notícias de cifras multimilionárias e histórias mirabolantes é a dos punitive damages, condenações civis pecuniárias e de caráter punitivo, existentes predominantemente em países de tradição anglo-saxônica. Quem nunca ouviu falar da senhora que colocou o gato para secar no forno de microondas e ficou milionária pelo fato de o aparelho não advertir para a impossibilidade de usá-lo com esse fim? Ou, ainda, da idosa que recebeu uma fortuna pelo fato de ter se queimado com o café quente do Mcdonalds? Será que o leitor já se perguntou se essas e outras tantas histórias são verdadeiras ou, ao menos, verificou se ocorreram exatamente dessa maneira? Pois bem, se a resposta é não, o livro pretende oferecer-lhe essa oportunidade. Deveras, não faz sentido crer que uma nação capitalista tão bem sucedida construa os pilares de seu desenvolvimento social e econômico a partir de um Poder Judiciário que não respeite a propriedade privada, assegure o cumprimento dos contratos e preze pela segurança jurídica. Portanto, esta obra ambiciona desvendar os mistérios do instituto, demonstrar a sua origem e evolução principalmente no cenário norte-americano e refletir acerca da pertinência e possibilidade de sua aplicação no Brasil. Trata-se, pois, de uma tentativa de contribuir com o debate sobre a função e os limites da responsabilidade civil em nosso ordenamento. Boa leitura!