Neste terceiro livro da trilogia, o autor estabelece, mais claramente, relações entre Timor e Portugal, e, de um tal modo, que já não é Timor o seu alvo único mas os lusitanos que deixaram "de pensar / e de fazer... / que o pensar / cansa / ... e mata / essa / pressa / baça / estultíciamente / volátil / de fugir / e de viver!..." Ou, ainda, "Medimos média / medimos / medimos média / por Timor! / Pedimos meças / ameaças / maré alta / só "décor"!. Análise dura porque António de Oliveira Cruz é um homem que ama a sua terra, o seu país. Uma análise cheia de referências históricas ("Deixámos de pensar / e de fazer... / abandonámos / o barco / mesmo à porta / do acto / ... e da pura / decisão de o saber!...") e apelos fortes e corajosos: "Ir / Ir até lá / e avante / sem parte / de cá / diferente", "Oh! / Ir! / Trazer / para lá / o que te trouxe / ... pátria doce / pátria lar!... / deixar-se / em tudo / o que ficar / eles e ou / nós / seja o que for!... / ... e amar / por dentro / o que restar / ... Pátria Maubere / Pátria Timor!" Coragem que quase afronta e que está sempre, de alguma forma, presente na poesia de António de Oliveira Cruz. ANTÓNIO OLIVEIRA CRUZ, membro fundador de diversas instituições e centros de carácter social e educativo, nomeadamente do Instituto Piaget, a que preside e onde dirige o Centro Internacional de Epistemologia e Reflexão Transdisciplinar, bem como o Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares em Lisboa/Almada.