Diante da confusão do real deste sintoma social, os problemas de aprendizagem se vêem tradicionalmente remetidos ao lado médico. Será esta uma doença? Será a aprendizagem uma função superior? Esta declinação encontra sua vertente social em termos de inadaptação e de handicap, que presidem à elaboração de soluções de reparação (reeducações, remediações) e de soluções pedagógicas especiais, fundadas na exclusão, em uma lógica de "classe". A acentuação do defeito e os meios paliativos tendem a apagar o que parece essencial: o lugar do sujeito. O que nós somos chamados a descobrir, graças a essas crianças, é a importância do lugar do sujeito com respeito ao saber. Não há sujeito sem saber, e o próprio sujeito se funda de um saber. Pode, então, ser levado em conta o que existe de saber inconsciente, não-sabido, do sujeito.