O funcionário RUAM marcará sem dúvida sua presença na nova ficção nacional e, mais do que isso, será um ponto de referência para as discussões futurológicas sobre o Brasil-Potência. RUAM, o funcionário não adaptado ao sistema, vive num mundo orwelliano, na São Paulo do futuro, agora Sao, na linguagem nova que MAURO CHAVES criou para esse livro de ciencificção, prevendo a evolução do português. Os carros são senrodados, a iluminação é luzofe, a movimentação nos centros é feita a cavalo, em pistas especiais chamadas cavalrodes, não há problemas de doenças, nem congestionamentos de trânsitos, as armitropas conquistaram os países vizinhos, tudo é programado, inclusive os habitantes. O sistema é tão perfeito, que até é possível discordar dele: para isso existe o Departamento de Contestação. Mas Ruam quer ir mais longe no seu voliopensar e é preciso adaptá-lo. E para isso a Grande Potestade possui recursos tecnológicos temíveis. O livro de Mauro Chaves (ficção ou previsão real do que nos espera?) coloca muito claramente o conflito SISTEMA/HOMEM, uma luta em que a vantagem parece ser do primeiro, mas onde o homem insiste em vencer.