Este livro procura elucidar o cenário cultural que propiciou o nascimento do gênero literário da linguagem das flores no início do século XIX. Se, por um lado, esse gênero literário fez imenso sentido em uma conjuntura histórica e cultural bastante específica, por outro, sua estrutura morfológica, composta de listas ordenadas de espécies vegetais unidas ao seu simbolismo, ilumina um sistema de comunicação que faz sentido em si mesmo e garante sua eficácia para além de um contexto social circunscrito. Apoiada em uma variedade de fontes históricas – crônicas, romances, jornais, relatos de memória e manuais de comportamento – para elucidar o significado social do namoro no século XIX, a autora ilumina algumas práticas de cortejo e galanteria, bem como seus desafios e consequências, demonstrando que, em compasso com a troca de flores, havia também o namoro de janela, os bilhetes passados de mão a mão e, entre outros artifícios, as mensagens publicadas nas seções de anúncio de jornais.