Em sua obra, Dalton Trevisan legitima o poder ancestral da palavra criadora, estabelecendo fortes amarras entre a arte de narrar e os sentidos da existência. A força dessa obra consolida a resistência a um mundo afásico e caótico e vem nos dizer uma vez mais que o vampiro não precisa ser destruído enquanto ser errante que é. Sua sedução é necessária para que cada um descubra dentro de si mesmo as forças contrárias que engendra. O vampiro é, finalmente, o regente dessa orquestra de terror, prazer e suspense, que seduz por meio da sua arte de narrar a todo indivíduo-solidão que o assiste.