A Brinque-Book lança a Coleção Contando Arte em que, a partir da leitura livre da obra de um pintor contemporâneo, um escritor cria uma história para crianças. E a primeira dessas parcerias, uma parceria muito feliz, diga-se de passagem, é entre o pintor Gustavo Rosa e a escritora Silvinha Meirelles. Dela, surgiu Sem Raça, Com Graça, um livro que vai encher os olhos da criançada, fazer rir e emocionar com uma história que, sem usar a palavra, fala essencialmente de liberdade, pois trata de encontros importantes, mas sem amarras, encontros que se dão com soltura e leveza. Sem Raça, Com Graça conta as aventuras de um cachorro sem nome, sem raça, um cachorro mesmo, não humanizado e, por isso, diferente da maioria dos cachorros das histórias infantis. Para ele, de um cheiro ou de uma voz nasce uma saudade, digamos, assim, de cachorro. Um cachorro cheio de graça que por onde passa leva alegria e deixa saudades. Pequenino ainda, larga a família (é assim mesmo, cachorros não vivem a vida toda com suas famílias) e sai sem destino a correr mundo. Nessa vida errante, conhece muita gente, tipos originais, e tem encontros importantes, cria laços de afeto com a menina Ana, com o surfista Ric e com a senhora Dona Alzira. Sem Raça, Com Graça é uma história que tem tudo para agradar: simples, emocionante e divertida. E que outra, se não uma assim, poderia Silvinha Meirelles criar para as crianças a partir da obra de Gustavo Rosa? Reconhecido internacionalmente, pintor, escultor, desenhista, ilustrador, Gustavo Rosa é um observador sensível do cotidiano, capta a sua beleza, irreverência e delicadeza, o seu grotesco e o humor, e os transforma numa arte original, irreverente e, sobretudo, bem-humorada, na qual traços fininhos brincam com formas volumosas e arredondadas. "O humor está presente na minha obra, não sei fazer drama", diz Gustavo Rosa. E, com certeza, a escritora paulista Silvinha Meirelles, psicóloga com experiência clínica que trabalha com literatura infanto-juvenil e que sempre manteve os olhos voltados para a criança, apreendeu-lhe o espírito, transformou a leitura de sua obra numa delicada e bem-humorada história infantil.