"Escrever é revelar-se. Por isso, talvez, já disseram que toda literatura - como ofício ou como arte - é apenas uma das muitas faces do exibicionismo humano. Se o for, existem toques de vício e de vulgaridade em qualquer literatura, até mesmo na de Marcel Proust, que parece ter chegado à quintessência do refinamento ao descrever a mais trivial das cenas, o mais banal estado de espírito, o menos excitante dos deslizes de caráter de uma personagem. Não sei se há vicio e vulgaridade em toda a escritura, mas sei que lidar com as palavras atrai fantasmas de sentimentos, fantasmas de emoções assustadoras que vagueiam por aí, nos devãos da quarta dimensão, à procura de um ser humano que esteja com uma caneta entre os dedos ou - como é o meu caso - diante do teclado de um computador..." Dennis D.