Este livro tem por objeto analisar as condições dialógicas entre razão ou Estado e religião, no âmbito da esfera pública política contemporânea. Para isso, tomamos viés interpretativo o marco teórico da Teoria da Ação Comunicativa de Jürgen Habermas. Ele tem analisado o contexto político atual e o desempenho da religião nos Estado democrático estadunidense, que se diz secularizado. Habermas reconhece que a revitalização religiosa norte-americana compõe um horizonte antagônico ao da Europa, amplamente secularizada. Ele aponta saídas éticas para os conflitos envolvendo seculares e religiosos e, para tanto, analisa ser necessário um retorno à gênese da modernidade, onde tudo começou, com a separação de Igreja e Estado. Ao dizer que o dissenso contemporâneo é resultado de uma dialética inacabada entre razão e religião, nosso autor indica a necessidade de buscar uma reconstrução reflexiva, ou seja, interpretando cada posicionamento pela teoria da ação comunicativa. Isso possibilita a constituição de um terceiro momento dessa dialética, uma síntese possível entre razão e religião, através da intersubjetividade discursiva. Ao propor a dialética da secularização, Habermas indica a necessidade de revisão da razão moderna e da religião, partindo das condições do paradigma da racionalidade intersubjetiva para a convivência pacífica entre cidadãos religiosos e seculares.