Os textos reunidos em "Eu sei, mas não devia", de Marina Colasanti, falam das questões do dia-a-dia, do amor, dos meninos de rua, de viagens e culturas, das coisas da vida - que a gente se acostuma, mas não devia. A crônica que dá título ao livro foi escrita sob o regime da ditadura militar. Traz a sensação de que a gente não devia se acostumar com as coisas ruins. "A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si, mesma." Parecia datada, específica de um tempo de opressão. Mas por todos esses anos foi reproduzida, colada em paredes, recitada em festas. Essta crônica é um exemplo de que a filosofia que atravessa cada uma das histórias criadas pela autora, umas bem bizarras, algumas fantásticass, é atemporal.