A poesia dela é clássica, parnasiana, romântica, concreta, tudo ao mesmo tempo. Porque ela entende do riscado. É muito boa nisso. Faz com as palavras o que quer. Mas li, de salto alto, caminhando sobre paralelepípedos, hora pedra firme, hora fresta, vão, fundo. Ela voa e pousa, voa e pousa, voa e pousa, e assim vai. "Para não se apagar não é preciso atear fogo... / Melhor empregá-lo para acender as velas do templo: / verdadeiro, sereno e acolhedor". (Contemplação). Marta é um labirinto que só ela conhece. Mas coloca placas aqui e ali para não estar sozinha. Para que outros possam entender o rumo que ela segue. Quando cansa, desabafa com palavras sólidas, confortáveis ao coração de todos. "Verdades exclusivas? / Nem a minha e nem a sua". (Verdades).