Primeira guerra europeia a marcar a transição da cristandade medieval para a Europa das nações, a Guerra dos Cem Anos é também uma guerra total que transforma as técnicas militares (o canhão gradualmente substitui lanças e flechas), os regimes políticos (o absolutismo francês e o parlamentarismo francês estão em gestação), as economias nacionais (o estatismo francês se afirma contra o liberalismo inglês). No campo das mentalidades, a guerra provoca mudanças essenciais: ao opor língua, cultura, psicologias, ela molda as identidades nacionais dos países europeus, especialmente França e Inglaterra, agora inimigos irreconciliáveis. Sob a pena ágil do autor, que alterna narrativas detalhadas dos eventos e uma multiplicidade de análises, a Guerra dos Cem Anos aparece como uma epopeia sangrenta e fundadora.