Este livro apresenta as várias facetas da complexa relação entre Ditaduras, sistemas educativos e repressão. Se as ditaduras do século XX têm na repressão um seu elemento universal, os elementos de intervenção são mais diversos. Em menor ou maior grau as Ditaduras da chamada época do fascismo e as socialistas tiveram mais aspectos em comum do que seria de esperar para os analistas da época: Culto do chefe, organizações paramilitares de juventude, controle ideológico dos conteúdos escolares e dos professores e, finalmente, a repressão sistemática, foram universais. Mesmos que os modelos de juventude e de sociedade fossem diversos, a tentativa de criação de um homem (e de uma mulher) novo foi muito marcante. Nesta perspectiva as ditaduras de direita da segunda metade do século XX, na maior parte dos casos, não atingiram graus de ideologização tão elevados, utilizando a repressão de forma mais sistemática, sem um elemento de mobilização comparável com as da “Época do Fascismo”. Acresce que esta dinâmica também tem que responder quer aos processos de mudança social e de atores políticos que marcam o mundo no Século XX. Os textos recolhidos neste livro contribuem de forma exemplar para o estudo das diversas facetas desta relação entre Ditadura e aparelhos escolares, permitindo observar alguns elementos de continuidade e de mudança.