Cada um dos trabalhos desta coletânea nasce de uma preocupação de natureza prática, cuja resposta supõe algum tipo de junção entre ciências da vida e da terra, por um lado, e ciências do homem e da sociedade, por outro. A formação em ciência ambiental tem por base a capacidade de formular diagnósticos a respeito de certas situações bem concretas. Embora cada um dos textos tenha um foco disciplinar preciso, tanto a convivência com os colegas de diferentes áreas do conhecimento como, sobretudo, a própria necessidade de responder a questões práticas exigem uma abertura de espírito para além da matéria de especialização de cada um. Claro que o essencial dos trabalhos aqui apresentados consiste em formular uma boa pergunta científica – com base num certo dispositivo teórico -, em elaborar uma hipótese interessante e em saber recolher evidências para sua corroboração ou refutação. Mas, quando se trata do meio ambiente, há uma tentação permanente a que se extrapole o âmbito do estritamente disciplinar na maneira de atender estes requisitos canônicos do conhecimento científico. O direito e permanentemente mobilizado nos artigos dos biólogos, mas também pelos arquitetos que se debruçam sobre a ocupação das regiões metropolitanas ou pelos problemas do trânsito nas grandes cidades. Da mesma forma, a economia das instituições e a história são convocadas pela engenharia agronômica e pela ecologia.