O livro é constituído pelas narrativas dos seis filhos de Dona Silva, em relatos alinhavados pelas referências à figura primordial da mãe, personagem nuclear destas histórias de fome, frio, e de sofrimentos diversos entre a exploração, a humilhação e o racismo com que eram (e ainda são) tratados os chamados baianos em São Paulo. Mas são também histórias de solidariedades e conflitos, de lutas pessoais pela profissionalização, pela educação, pela moradia, pela criação dos filhos, pela dignidade, sem contar com nenhum apoio a não ser aquela imensa força e ternura que lhes foi legada por seus pais. Além dessas narrativas, seus pais deixaram depoimentos pontuados de histórias maravilhosas, memórias da escravidão, da abolição, e da diversão do povo em ver os desfiles dos "camisas verdes" a gritar "anauê". É um livro que ilustra e encanta, onde cientistas sociais e historiadores, ou outros leitores em busca de boas histórias, encontrarão ricos mananciais para o espírito e reflexões sobre a condição humana - (da apresentação de Célia Maria Marinho Azevedo).