Estruturado como um diálogo a três, onde o autor afirma ter construído uma relação enviesada com Mário de Andrade, Pintura não é só beleza apresenta outra faceta do poeta modernista, a do crítico de arte. O terceiro participante dessa conversa é Monteiro Lobato, autor que já foi tese de Chiarelli no livro Um jeca nos vernissages. Ainda que não tenha sido proposta chegar a esta conclusão, o livro, construído a partir de extensa bibliografia, mostra que Mário de Andrade e Monteiro Lobato, apesar de todo aparente distanciamento, possuíam um discurso muito parecido, principalmente no que tange ao nacionalismo. O que demonstra que o poeta Mário de Andrade, apesar de toda contribuição ao Modernismo, foi um crítico de arte conservador. Segundo o crítico Rodrigo Naves, "Tadeu Chiarelli mostra de maneira notável que o percurso crítico de Mário de Andradenão tem nada de linear. Ao contrário, chega a ser "trágica" a sua busca de uma arte ao mesmo tempo moderna e nacional, vinculada originalmente à nossa cultura e crítica, antiindividualista e criativa, clássica e preocupada com os percalços da história". Com esse livro, Tadeu Chiarelli torna-se um historiador-chave para a compreensão da dinâmica das artes visuais no Brasil.