Considerado por muitos estudiosos o primeiro romance moderno, este clássico de Henry Fielding publicado na Inglaterra em 1749 foi traduzido e adaptado no Brasil por ninguém menos que Clarice Lispector, e volta às prateleiras em nova edição pela Rocco Jovens Leitores, completando a coleção Os Favoritos, da qual fazem parte também O chamado selvagem, de Jack London, Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, A ilha misteriosa, de Julio Verne, O talismã, de Walter Scott, e O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Tom Jones acompanha as peripécias de um jovem bastardo que aparece, misteriosamente, na casa do sr. Allworthy, um viúvo rico e bondoso, em Somersetshire. Disposto a enfrentar a língua do povo pelo bem do ser inocente A muito homem de bem já aconteceu passar por pai de filhos que nunca fez, o nobre senhor não pensa duas vezes. Antes mesmo de comunicar sua decisão a Bridget, a irmã solteira, virtuosa e um tanto severa com quem divide a casa, Allworthy ordena à criada Débora que providencie roupa, alimento, cama e todo o necessário para cuidar do enjeitado. E sua afeição pela pobre criatura mal gerada, que foi instantânea desde o primeiro momento, só faz aumentar com o passar do tempo. Mas mesmo tendo crescido sob os cuidados e a proteção do nobre e justo Allworthy, o destino pregaria muitas peças ao jovem Tom Jones, a maioria delas causada pela inveja, mesquinhez e hipocrisia de familiares, amigos, vizinhos e toda sorte de defensores da virtude, da moral e especialmente de interesses próprios. E o rapaz, inteligente, sensível, leal, verdadeiro e a cada dia mais astuto e charmoso torna-se também propenso a se meter nas maiores encrencas, levando a afeição e a confiança de Allworthy ao limite. Típico romance de formação, o livro acompanha a trajetória de Tom Jones infância e juventude afora, incluindo o longo período que passou vagando pelas estradas da Inglaterra, depois de ser expulso de casa por se apaixonar e ser correspondido pela bela Sofia, filha de um proprietário de terras vizinho a Allworthy, e sofrer as maiores calúnias por parte do primo Master Blifil, até um final verdadeiramente surpreendente. O tom picaresco da narrativa, entremeada por comentários espirituosos dirigidos ao leitor, e a vasta galeria de personagens e situações descritas com vivacidade e ironia por Henry Fielding envolvem o leitor numa aventura contagiante que capta o espírito da sociedade inglesa do século XVIII com maestria. A mesma maestria que demonstrou Clarice Lispector em sua adaptação das mais de 800 páginas da obra original, mantendo o frescor e tom picaresco que fizeram de Tom Jones um marco da literatura ocidental.Considerado por muitos estudiosos o primeiro romance moderno, este clássico de Henry Fielding publicado na Inglaterra em 1749 foi traduzido e adaptado para os jovens brasileiros por Clarice Lispector. Romance de formação, o livro acompanha as peripécias de um jovem bastardo pelas estradas da Inglaterra no século XVIII, apresentando uma galeria de personagens e situações que captam com vivacidade o espírito da época. Em sua adaptação das mais de 800 páginas da obra original, Clarice Lispector mantém o frescor, o tom picaresco e a ironia que fizeram de "Tom Jones" um marco da literatura ocidental.