Mas À Sombra desta Manguiera é solto, como se o autor converssasse consigo mesmo, às vezes ajustasse contas, sempre na cadência e no embalo do calor do Recife. Aparece o Freire, cidadão do mundo, e que assim é por ter mantido acesos os cheiros e os gostos da infância no bairro de Casa Amarela. É o despojamento de quem já foi, voltou e pode, sem constrangimento, brincar com as memórias de menino, ser duro com os responsáveis pelo país, ser analista das situções em que vivemos nas últimas décadas, devanear mostrando uma sabedoria que só a vida vivida de forma coerente e feliz permite.