O livro estuda o variado campo de atuação da escritora argentina e editora Victoria Ocampo (Buenos Aires, 1890–1979), com a premissa de que ela concentra as tensões que atravessam a cultura argentina no século XX. Suas contribuições para as áreas da literatura, tradução, arquitetura, teatro, música, bem como suas contradições dentro do debate feminista e seus atritos com o peronismo nos apresentam um retrato eloquente da elite argentina. Fundadora da revista e editora Sur, uma das mais prestigiadas do país, alta dirigente do Fundo Nacional das Artes, Victoria foi uma poderosa mulher pública que teve que responder à hostilidade do círculo letrado à presença feminina. Este estudo dá uma notícia geral dessa trajetória e também comenta os escritos de Ocampo – Autobiografía, Testimonios, cartas – um acervo que ainda precisa ser melhor examinado e cuja tradução para o português esperamos estimular.