O corpo humano é ponto de convergência e de emanação de vários saberes compartimentados. Este livro busca compreender a construção de uma concepção multifacetada desse objeto de interesse primordial, suporte de múltiplos significados. Para isso, a autora volta à origem da constituição do corpo como centro de interesse das ciências – o Renascimento, e, com foco nos manuais de medicina portugueses, procura apreender o processo de apropriação renascentista dos saberes e dos esquemas mentais sobre o corpo produzidos pela tradição clássica e medieval. Apoiada em análise rigorosa de uma documentação consistente, a obra abarca quatro questões: quais eram as principais pressuposições e concepções relativas ao corpo no contexto investigado? Que doutrinas informavam essas concepções? Como elas se relacionavam com circunstâncias culturais? Como mudaram e por quê?