Em seu livro de título simples, porém preciso – poesia – o grito de resistência – Kátia Castañeda sente a necessidade de se expressar sobre temas essenciais do hoje, como o sentimento de pertencimento, relacionamentos amorosos violentos, a complexidade e a pesada carga de injustiças da contemporaneidade, além do próprio processo de produção de poemas. Castañeda aponta sua caneta, como uma artilharia de guerrilha, e despeja versos potentes, que criticam de frente problemas atuais, como uma desigualdade cada vez mais gritante – entre homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres. “Correm em campos de pedras / comem restos de estrume / enlatado / máquinas e minas / que importa se são 12, 24 horas… / carnê a pagar / status no ar, de cima a olhar / aqueles sem um carnê / que pagar.