Na obra, o autor expõe que, das muitas guerras que o mundo enfrenta na atualidade, a chamada guerra contra as drogas mobiliza ações militares e policiais em diversas partes do globo, em combates que acontecem simultaneamente em favelas, periferias, fronteiras remotas, montanhas distantes, selvas inóspitas. Essa guerra é infindável, porque tem como meta eliminar um conjunto de drogas e hábitos relacionados a elas que são, por vezes, milenares. Uma guerra que há décadas se mostra fracassada para alcançar sua meta, mas muito bem-sucedida para a indústria bélica, o sistema financeiro internacional, a indústria da segurança privada e para justificar políticas punitivas dentro dos países e estratégias de intervenção diplomático-militar internacionais. Qual é, então, a relação entre tráfico de drogas e os conflitos internacionais na atualidade? Existe uma geopolítica específica para essa nova forma de guerra, veloz e sem trincheiras? Como o narcotráfico se conecta com guerrilhas, terrorismos, corrupções, agências de inteligência? Em Geopolítica das drogas, Labrousse apresenta mapas que, analisados em perspectiva, mostram um mundo com incontáveis guerras cotidianas que acontecem tanto em paisagens exóticas quanto bem diante de nós.