Esta análise das imagens da mulher nos romances ingleses e brasileiros do século XIX é qualificada pela autora com duas palavras: feminista e histórica. Seu ensaio gira em torno de personagens como Jane Eyre - repartida entre a representação do bem e do mal -, Helena, a "corça ferida de Machado", Aurélia, de Alencar e as etéreas inglesas de Dickens, entre muitas outras. A análise capta os laços entre a ficção e a realidade histórico-social, ouvindo a voz feminina embargada sob o paternalismo dominante da época. Ao mesmo tempo em que há mulheres que parecem presas numa redoma de timidez e suscetibilidade, surgem outras como Catherine Ernshaw (Emily Brontë), Iaiá Garcia (Machado de Assis) e Shirley (Charlote Brontë) que disputam o poder com os heróis masculinos, um sintoma de que se iniciava a desconstrução das relações de gênero tanto na sociedade como na literatura.