Estigmatizada pelos ataques iconoclastas do jovem Dalton Trevisan \u2013 para quem a poesia de Emiliano Perneta consistia num artifício vazio e sem vida, \u201cpoemas de casinha de bonecas\u201d, \u201crasos como capim\u201d \u2013, adentramos o século XXI lendo, criticando e conhecendo pouquíssimo do que escreveu o \u201cpríncipe dos poetas paranaenses\u201d. No ano em que celebramos seu centenário de morte, espanta percebermos quão negligentes podemos ser para com o nosso próprio patrimônio cultural: iniciamos 2021 com a obra completa de Emiliano Perneta fora de catálogo e circulação \u2013 cenário que se repete há pelo menos duas décadas, aliás. Já é tempo, enfim, de revisitarmos sua poesia para, despidos dos preconceitos de outrora, reavaliarmos suas qualidades e potências, buscando nela o que há de relevante e atual, no sentido forte da expressão.