Foi o atentado contra o Observatório de Greenwich em 1894 que inspirou a Joseph Conrad um dos melhores romances policiais de sempre. Publicado em 1907, "O Agente Secreto", leva-nos aos bairros obscuros de Londres onde anarquistas e socialistas compõem um meio agitado e risível, infestado de provocadores e que as embaixadas procuram manipular. Os personagens, o professor que carrega sempre uma bomba consigo, Verloc, o agente provocador, a sua mulher Winnie e Stevie, o seu cunhado, vivem uma intriga que os ultrapassa e onde o cinismo contrasta com uma paixão comovedora. E, de um modo ou outro, todos parecem relacionados com a trágica suspeita de Winnie de que "a vida não aguenta uma análise muito aprofundada". Reagindo aos que disseram que mostrava um conhecimento exacto dos meios que descrevia, Conrad afirmou que fizera "o seu trabalho": "Não duvido" que "houve momentos durante a escrita do livro em que fui um revolucionário extremista" mais "concentrado nos objectivos do que qualquer um deles". Filho de um revolucionário polaco, Conrad nasceu na Ucrânia, no exílio, em 1857. Morreu em 1924 no condado de Kent.