Na harmoniarpa, instrumento criado por Hector Papelard em 1864, os teclados e cordas são impulsionados por uma tangente de cobre aparada com a pele,\r\ncriando peculiar sonoridade. Analogicamente, percebe-se o mesmo virtuosismo musical na pauta poética de Alexandre Pilati em Tangente do Cobre. Leitura epidérmica,\r\nque remete à sensação sinfônica de um coral de vozes, regido pela força semântica de uma dicção que atravessa variações temáticas e desnuda um universo\r\ncriativo em que as referências estéticas, a transculturalidade, a memória e o diálogo com outros autores e obras realçam a dimensão intertextual desse conjunto\r\ncuja matéria é o mundo fundado na palavra que o rege. Transitando entre o clássico e o contemporâneo, visitando o erudito, as vanguardas e o popular, a poesia\r\npilatiana não se condiciona a escolas, mas as transcende e se ressignifica em linguagem, identidade e singular pluralidade estilística.