É a história de uma menina do norte, triste, porém rebelde, que inconformada com sua condição de vida, resolve mudá-la. Assim a autora apresenta seu romance: "O livro é um olhar sobre um roteiro vivencial feminino que poderá ser metafórico, uma vida que se transforma em ferramenta ‘mil e uma utilidades’, numa mandala inexorável, invisível. "Muitas vozes masculinas e femininas trataram e tratam do assunto, com eficaz lucidez e competência, inclusive o noticiário policial. Preferi a via por tabela, ver uma realidade que se repete a cada nova geração - apesar das conquistas literárias, da informação, da ajuda científica (a exemplo, a sexualidade sem gravidez) - destinos interrompidos pelo sexismo e sevícias. "Porque nesse cenário árido? Uma analogia ao paradoxo do progresso, descompassado como ondas banhando determinados feudos que geram nódulos de miséria. "Raimunda é a ‘Mundi...ca’, uma adolescente defenestrada pelas circunstâncias, e que recicla seus traumas em instintiva lucidez, para romper (?) com uma sina redutora. Parte numa bolsa com uma troupe mambembe. Vale tudo, menos o real. "Desce o ‘rio’ que corre para o mar num desvelamento contínuo, sem fim. Mulher rural, urbana ou internacional, sempre tentando soluções criativas ou adaptações mutiladoras."