Obra singular e um dos modelos maximos do pensamento, a influencia da Etica e quase impossivel de ser medida, seja pelo rancor despertado nos meios religiosos, seja pela profundidade percebida nos circulos filosoficos. Nela se articula uma concepcao metafObra singular e um dos modelos maximos do pensamento, a influencia da Etica e quase impossivel de ser medida, seja pelo rancor despertado nos meios religiosos, seja pela profundidade percebida nos circulos filosoficos. Nela se articula uma concepcao metafisica a uma finalidade de natureza moral, tendo em vista a realizacao de um arraigado sonho humano: a beatitude. Para tanto, um comportamento pratico inusual requer a convergencia do conhecimento da necessidade com a liberdade de se impor deveres. Em uma notavel critica da linguagem, contra o aluviao de palavras denunciado pela filosofia desde os dialogos platonicos, Spinoza ensina a usar a fala e a escrita sem nelas depositar plena confianca nem as empregar como criterio de saber e acao. Na lingua se exercem as tiranias politica e teologica. Ligada a imaginacao, ela possui um fascinio que envolve a mente humana, permitindo conduzi-la a servidao. No Compendio de Gramatica Hebraica, que com a Etica conclui esta edicao de Spinoza: Obra Completa pela Perspectiva, o filosofo judeu-holandes acentua a obscuridade do latim, se comparado ao hebraico, lingua na qual os substantivos e os verbos, os adverbios e as preposicoes, devem ser vistos como nomes e indicam algo que tomba sob o entendimento , tornando dificil o palavrorio, em especial o filosofico. O uso correto da lingua, alem de eludir os equivocos logicos, desmascara os poderes que se digladiam pela dominacao dos homens. Ambos os escritos se auxiliam mutualmente, vinculando-se ainda aos tratados politicos. Tudo serve a edificacao da liberdade.Obra singular e um dos modelos máximos do pensamento, a influência da Ética é quase impossível de ser medida, seja pelo rancor despertado nos meios religiosos, seja pela profundidade percebida nos círculos filosóficos. Nela se articula uma concepção metafísica a uma finalidade de natureza moral, tendo em vista a realização de um arraigado sonho humano: a beatitude. Para tanto, um comportamento prático inusual requer a convergência do conhecimento da necessidade com a liberdade de se impor deveres. Em uma notável crítica da linguagem, contra o aluvião de palavras denunciado pela filosofia desde os diálogos platônicos, Spinoza ensina a usar a fala e a escrita sem nelas depositar plena confiança nem as empregar como critério de saber e ação. Na língua se exercem as tiranias política e teológica. Ligada à imaginação, ela possui um fascínio que envolve a mente humana, permitindo conduzi-la à servidão. No Compêndio de Gramática Hebraica, que com a Ética conclui esta edição de Spinoza: Obra Completa pela Perspectiva, o filósofo judeu-holandês acentua a obscuridade do latim, se comparado ao hebraico, língua na qual os substantivos e os verbos, os advérbios e as preposições, devem ser vistos como nomes e indicam algo que 'tomba sob o entendimento', tornando difícil o palavrório, em especial o filosófico. O uso correto da língua, além de eludir os equívocos lógicos, desmascara os poderes que se digladiam pela dominação dos homens. Ambos os escritos se auxiliam mutualmente, vinculando-se ainda aos tratados políticos. Tudo serve à edificação da liberdade.