O estudo trata Construção Social da Infância no Brasil sob a temática da Violência Doméstica contra Crianças e/ou Adolescentes. Numa perspectiva hodierna do fenômeno, tomou-se a produção autobiográfica, em prosa, de poetas, prosadores, críticos e ensaístas brasileiros de todos os períodos literários que privilegiaram a própria infância como período de vida e relataram esse tipo de violência. A abordagem sociohistórica constatou que o fenômeno só se expressa a partir de 1931, dentro do que Alfredo Bosi define como Tendências Contemporâneas. Além disso, o discurso literário conseguiu antecipar - a partir de 1940 - a discussão crítica da Violência Doméstica contra Crianças e/ou Adolescentes, orientada pela valorização da especificidade da criança como pessoa e como cidadã, essa discussão no discurso científico no Brasil só se realizaria a partir da década de 1980.