O corpo está na moda. Descoberto pelo olhar contemporâneo, o corpo vem sendo objeto de uma incansável interrogação que se estende das páginas dos jornais aos salões dos museus, dos outdoors das avenidas às salas de cinema, dos programas de televisão aos debates acadêmicos. De fato, o mundo globalizado colocou o corpo na ordem do dia, mas isso não resultou necessariamente em produção de conhecimento. Por isso mesmo, a moda do corpo demanda reflexão. É precisamente essa a contribuição que a coletânea de ensaios Corpo, território da cultura vem oferecer ao leitor brasileiro: uma reflexão densa, rigorosa e original sobre o tema. O ponto de partida desses textos é dado pela idéia de que as culturas apropriam-se do corpo biológico para redefini-lo em termos sociais e, assim, transformá-lo em corpo cultural. No mundo humano, a experiência carnal é invariavelmente atravessada pela vivência cultural, tornando-se uma fonte de símbolos, de construção de identidades e de estilos de vida. Em outras palavras: o corpo é sempre um território da cultura.