Conscientemente, ninguém colocará em dúvida que viver é um exercício de realizar escolhas em meio à convivência com outras pessoas. Seja no plano ético, seja no âmbito político, nas particularidades do cotidiano, ou no que se refere à existência humana, nossa espécie está incontestavelmente entrelaçada entre si e com a natureza, que nos rodeia de modo inescapável. Ortega y Gasset (1967, p. 52) escreveu: [] eu sou eu e minha circunstância, e se não salvo a ela não me salvo a mim. A ninguém é dado o privilégio da escolha singular, que não se imiscuir, de algum modo, em outras vidas. A convivência obrigatória nos torna interdependentes, e essa realidade nos obriga a sermos conscientes, críticos, realistas e, ao mesmo tempo, idealistas, sem prescindir da ideia de construir um mundo melhor, em que se permita pensar e enxergar as escolhas sendo feitas com base em uma consciência sensível. [...]