Cerrado, pantanal, Amazônia, fogo, máquinas, garimpo e... é a \u201cboiada que passa\u201d: quão frágeis seriam então as fronteiras que se procurou assegurar por legislação, demarcando os territórios da união destinados a uma outra relação com a terra \u2013 não a apropriação violenta, a propriedade privada herdada e amplificada no território, seja pelo assentimento, seja pela omissão dos governos. Gesto de demarcação como modo de permitir hoje outras possibilidades de significação da terra, coletivas, ancestrais, no país das grandes propriedades, dos latifúndios, e ainda assim possibilitar que uma ciência própria tenha futuro. E sei que foi com muito, muito trabalho: trabalho de pesquisa nas diversas áreas, junto a toda a resistência de quilombolas, ribeirinhos e comunidades indígenas, e trabalho na política institucionalizada mesmo, com as ONGs, os parlamentares, as universidades, que se constituiu uma legislação ambiental reconhecida internacionalmente.