Na elaboração deste novo Documento da Igreja, a Pontifícia Comissão Bíblica considerou dois problemas principais: a idéia, possivelmente presunçosa, de que são os cristãos os legítimos herdeiros da Bíblia de Israel, e a questão da apresentação dos judeus e do povo judeu no Novo Testamento, que talvez contribua para criar uma hostilidade em relação a este povo. Em seu trabalho, a Comissão observou que a renúncia dos cristãos ao Antigo Testamento não poderia ser útil para um relacionamento positivo entre cristãos e judeus, pois lhes seria tirado justamente o fundamento comum. Importante seria renovar o respeito pela interpretação judaica do Antigo Testamento, visando o progresso do diálogo judaico-cristão e a formação interior da consciência cristã. O documento ocupa-se ainda da apresentação dos judeus no Novo Testamento, na qual são examinados os textos "antijudaicos". Nas palavras do cardeal Joseph Ratzinger, que assina o prefácio da obra, do esforço dos membros da Comissão em suas discussões, elaborou-se este documento que oferece um importante auxílio para uma questão central da fé cristã e para a tão importante busca de uma renovada compreensão entre cristãos e judeus.