Estas Conversas com a minha mãe reforçam essa convicção, numa linguagem despojada, que abre mão da unidade meramente linear para se render ao caleidoscópio da Língua. E, melhor, do ritmo. Aqui se verá do Regionalismo (lavrado em cartório do coração para os que vieram do Jequitinhonha) ao olhar multifacetado, às pontes com o amor (quebradiças e sem demarcações territoriais) ou um Rio de Janeiro que surge assim um tanto mágico, porto de contemplação ao longe. Se há lamento, há também celebração. Se vislumbra uma fina linha de memória, silhueta, neblina, alinhavando os poemas. Quase os amparando. E há, salve, salve, musicalidade. Provocante jogo semântico. Por fim, o essencial. Se desnudando a lugares, é feito o autor rendesse juras à poesia. Deixem, 10 Vagnér Santo afinal, que ele mesmo o diga: Aí que são elas. Já me fiz seu cidadão. Avoé, Vagner. Sem CPF, sem cartão de ponto. Pela palavra! Eduardo Jenner A. Murta é escritor, jornalista e Secretário de Redação do Jornal Hoje em Dia.