Em Sussurro, Maurício de Macedo traz ao leitor uma obra sensível e singular, que dialoga conosco pelas entrelinhas, que diz no simples ato de calar. Lançando palavras como sementes, sua escrita costura o silêncio, bordando imagens e emoções. De seus versos saltam imagens que nos capturam a cada página: o menino que nos sorri de uma fotografia, o barquinho de papel correndo sob a chuva fina, a gota d'água nas mãos em concha. Amania de enrolar os cabelos com os dedos. As cidades como ferrugens devorando o tempo. Cada pequeno fragmento nesse caleidoscópio poético é - como um sussurro - quase nada, mas também é tudo - pois é o sussurro que, como revela o poeta, "permite fazer a travessia".