Música nas escolas está prevista em lei desde 2008 no Brasil, mas não há obrigatoriedade do professor deter a titulação específica em Música para assumir Educação Musical no contexto da Educação Básica. Os cursos de Licenciatura na área atraem principalmente instrumentistas em busca de uma oportunidade de trabalho formal, que não é tão abundante para a categoria dos músicos. Muitos titulados, egressos das licenciaturas, obtém postos de trabalho como professores da Educação Fundamental e experimentam ensinar música nas escolas. Porém, poucos permanecem, migrando para outras áreas ou preferindo manter-se em espaços informais e instáveis, fazendo música ou ensinando em escolas especializadas. Nestas podem fazer o que sabem fazer e encontram alunos desejosos de aprender música. Não precisam explicar ou provar para os demais que a música é importante. Quem busca uma escola de música o faz porque julga relevante. Já no meio disciplinado das escolas, as expectativas de muitos egressos das Licenciaturas em Música com frequência veem-se frustradas, esbarrando no imaginário limitado e limitante de colegas professores de outras áreas e gestores sobre a repercussão da música na formação dos cidadãos. Afinal, qual o papel da educação musical? Em que contribui na escola? Estamos longe de ter um entendimento compartilhado que provoque o desejo das escolas de ter entre seus docentes um professor de música? É destas questões que trata este livro.