A Autobiografia de Raphael Galvez se abre com lembranças dos avós, dos pais e de outros familiares, em descrições exemplares da saga dos imigrantes que chegavam a São Paulo no final do século XIX – no caso, italianos e espanhóis – e, assentados no Bom Retiro, se empenharam na labuta pela sobrevivência, criação dos filhos e integração na nova cidade. Oferece um relato detalhado de sua formação na Escola Profissional e no Liceu de Artes e Ofícios, com foco especial na aprendizagem das técnicas de escultura. Por meio destas memórias se encontram informações sobre o ensino artístico mais tradicional em São Paulo, na primeira metade do século XX, seus métodos e seus mestres predominantemente de origem italiana e apegados ao legado clássico. Dá conta de sua atividade profissional de arte funerária e monumentos, e narra também os intervalos prazerosos com companheiros nos vários ateliês que frequentou e nas incursões a recantos bucólicos para pintar.