A narrativa acompanha a vida de Rita de Lourdes, esta jovem moradora de um morro carioca que representa tantas Ritas de Lourdes pelo Brasil afora, que mesmo com outros nomes de batismo carregam consigo o mesmo estigma a cor, a origem pobre, os preconceitos de que são vítimas, as humilhações a que são submetidas, as dificuldades da luta pela sobrevivência, que parece ser mais árdua para aqueles que, como elas e suas famílias, não têm qualquer privilégio na corrida da vida e descambam para o crime, atividade tão fácil e sedutora quanto previsível. A prostituição é a armadilha da qual Rita de Lourdes não consegue se desvencilhar, atirada pelas circunstâncias às quais resiste até não mais poder. Sua esperança imensa e sempre mais forte de conquistar outra vida para si e para os irmãos é o que a move dia a dia para realizar este sonho, que é tão simples para alguns e tão complicado para os desfavorecidos.