Outra confidência: já faz tanto tempo que estive em Corumbá, onde faz um calor de terríveis 42 graus no verão, que às vezes tenho a impressão de que tudo isso está envolto pelo chamado manto diáfano da fantasia e que mesmo este prefácio faz parte de uma extravagância ficcional. Também nesse trecho do prefácio de Estórias da Mitologia, o escritor Domício Proença Filho ficcionista, poeta, crítico e professor confessa sua intenção de escritor, de contador de histórias. Se conta verdades? Se conta mentiras? Isso não importa. Importa contar, importa provocar momentos de prazer, importa viver mais esta aventura do espírito. Neste volume 2 de Estórias da Mitologia, é a vez de Hera, Ártemis, Atena, Afrodite, Héstia, Deméter, enfim, das deusas do Olimpo tomarem a palavra. São elas que nos falam. Contam-nos, em primeira pessoa, suas histórias. Chama-nos a atenção, em todas as histórias, a construção dos personagens e das narradorras-personagens através da linguagem. O autor, ao fazer suas escolhas, coloca na construção do discurso as características de suas personagens-narradoras.