O Flávio é tão bom que, desde a primeira linha que li, há uns 15 anos, achei que era ele que eu amava. Entendi anos depois: eu me apaixonei pela escrita. Ele escreve e sussurra, escreve e te lambe, escreve e os poemas te pegam e te torcem e você sorri e suspira e até chora. Corações partidos nas esquinas da Augusta, ouvidos aguçados em algum lugarzinho de Belo Horizonte, sons de salto partindo no corredor, enclausurado em si, com angústia ou paixão, de amizade, amor ou solidão, esses poemas vão te carregar junto pro fundo ou pro céu, ou pra onde ele quiser, e você vai querer ser uma das mulheres desse livro, você vai querer ser um desses amigos do bar, você vai querer fazer parte disso, fotografar, mandar praquela pessoa e guardar no peito esses pedaços que também são de todos nós, que estamos vivos.